Ontem vi algo inacreditável enquanto esperava o pedido de três
marmitas para o almoço em família. Um fulano
com alguns folhetos de propagandas de produtos a ser consumido pela sociedade capitalista
olhava as ofertas ansiosamente enquanto fumava um cigarro, até aí tudo bem,
nada de anormal, quando de repente atirou-as ao chão sem remorso algum, nada de
pensar em enchentes etc. Fiquei um tanto quanto intrigada, afinal o fulano
estava “bem apanhado” e sujar as ruas me parece ser coisa de “gentinha”. Eu o olhei com tamanha perplexidade que amaçou
o último folheto de propaganda que ainda tinha em mãos e guardou no bolso da
bermuda que trajava. Distrai-me por um instante em meio a um belo gole d’água
que saciou imediatamente minha sede e ualala, o papel amassado se unia aos
companheiros que estavam juntos a guia de sarjeta, com uma diferença, este
estava amassado enquanto os outros ainda se mantinham intactos, pois não
sofreram a ira dos dedos humanos e ostentavam as ofertas aos transeuntes menos
distraídos. A esposa do fulano que exibia
uma postura exuberante e também esperava por marmitas, recebeu-as das mãos
cuidadosa da balconista e veio ao encontro do “maridão” e, como um belo casal
de pombinhos atravessaram a rua adentraram ao carro que se encontrava
estacionado a sombra de uma majestosa árvore, rumaram para um sossegado almoço
no lar doce lar. O que fiz? Recolhi o
material e coloquei-o numa “coisa” chamada lixeira.