Proposta Curricular


 fonte; http://www.rededosaber.sp.gov.brcontents/SIGS-CURSO/sigsc/upload/br/site_25/File/Prop_CHT_HIST_ps3.pdf

História Proposta Curricular do Estado de São Paulo.



Proposta Curricular da disciplina de História. Para que serve a História?É impossível saber quem fez essa pergunta pela primeira vez ou precisar a época exata não muito antiga, certamente – em que ela começou a ser feita. Considerando que nenhuma resposta foi satisfatória, já que essa pergunta continua sendo feita, a resposta a ela poderia ser, simplesmente: a História é necessária por ser uma das mais importantes expressões de humanidade, como é a Música, por exemplo. Tanto a História como a Música parecem disciplinas sem utilidade, porém basta imaginar um mundo em que elas não existissem para perceber sua importância.
 O problema é que, enquanto a função do compositor, que extrai sua música do coração do silêncio, parece ser a de despertar nossos sentidos, o problema do(a) professor(a) de História, que deve extrair conhecimento dos distantes tempos passados, é bem diferente. Inicialmente, os programas atribuem ao (à) docente a responsabilidade de conduzir os alunos por caminhos que levem ao exercício pleno da cidadania. Cabe-lhe acompanhar, sem dirigir, os momentos iniciais da formação da consciência crítica de crianças e adolescentes, a partir de sua experiência cotidiana. Para isso, espera-se que ele supere as sempre lembradas formas tradicionais de ensino, que parecem valorizar, sobretudo, o sentimento de pertencer – para servir – a uma grande nação, assim como fizeram os heróis responsáveis por sua construção.
Sobre a missão de formar cidadãos, convém lembrar que essa missão não compete, direta e exclusivamente, ao(à) professor(a) de História e nem à escola, em seu conjunto, já que as bases dessa formação são trazidas à sala de aula pelos alunos, armazenadas dos espaços sociais que eles frequentam, em especial a família. É claro que os docentes, inclusive os de História, devem participar de maneira ativa do processo de percepção e formação dos valores constituintes da cidadania, mas isso não significa que deva abdicar de suas funções de docência, deixando de ensinar sua disciplina e produzir conhecimento sobre ela. 
Não se pode esquecer que a produção de conhecimentos exige compromissos de ordem cultural, social e política, o que impede qualquer chance de neutralidade, complicando um pouco mais as coisas para o professor de História. Assim, mesmo que as opções políticas dos professores de Matemática, por exemplo, não impliquem práticas diferentes para ensinar equações, ensinar História significa, também, comprometer-se com os valores que desempenham a sociedade. Entretanto, nada disso significa que as aulas de História devam transformar-se em espaço para exercício de militância partidária ou de raciocínio limitado à oposição estreita e maniqueísta entre bons e maus.
 Quem trabalha com História – sabe ou deveria saber – que seus julgamentos são inócuos, não produzindo quaisquer efeitos sobre os tempos passados. Em outras palavras, é claro que é importante denunciar a violência genocida da conquista da América, da escravização de negros e índios, das fogueiras da Inquisição, das guerras e bombardeios, das práticas de racismo, mas nenhum desses temas irá devolver a vida e a dignidade usurpadas de milhões e milhões de pessoas, ao longo dos séculos.No entanto, é recomendável cautela na hora de produzir conclusões e generalizações, pois elas 
podem levar o aluno a entender que todos os portugueses e espanhóis foram – ou são – favoráveis às práticas de extermínio e genocídio, assim como todos os brancos admitiram – ou admitem – a escravização dos semelhantes, ou que a vontade de queimar mulheres como supostas bruxas ou desintegrar pessoas com 
bombardeios integre, desde sempre – e para sempre –, o caráter das autoridades da igreja ou dos norte-americanos, em seu conjunto. 
Na verdade, cabe ao(a) professor(a) a delicada tarefa de esclarecer os temas trabalhados em sala de aula, inclusive considerando que mais do que ensinar História, sua função é levar o aluno a aprender História – o que é muito diferente. Assim, partindo do momento presente, e valendo-se do valioso patrimônio de conhecimentos acumulados ao longo do tempo, a sala de aula, sob comando do(a) professor(a), pode transformar-se em espaço privilegiado para se conceber uma nova estética de mundo.
Aqui, é importante esclarecer que, ao se atribuir ao(à) professor(a) a responsabilidade pelo comando da sala de aula, não se está propondo nenhuma forma de controle autoritário, felizmente há tempos banido do ambiente escolar. Contudo, recusar o autoritarismo não significa abrir mão da responsabilidade de ensinar ou, em outras palavras, levar a aprender. Quando o(a) professor(a) se ausenta nessa relação básica, o aluno sai da escola, malformado e é nesta hora que a importância dos compromissos do docente com sua formação aparecem em toda sua dimensão. É deles que depende seu desempenho, resultante das relações com os programas oficiais, com o livro e outros recursos didático-pedagógicos, além dos alunos – que devem representar o principal objetivo de toda ação educativa.Finalmente, nunca é demais insistir que, para ensinar História e despertar e alimentar nos alunos o gosto por essa disciplina, é preciso gostar de História. 
Só gostando é possível chegar à constituição de ambientes escolares marcados pela reflexão e animados pelo debate participativo. Qual seria a receita para isso? No decorrer do tempo, muitas tentativas foram feitas visando “ensinar o professor a ensinar História”, e a tentativa que aqui se faz talvez seja mais uma delas, estando condenada, no nascedouro, a produzir os mesmos e modestos resultados das anteriores. Porém, é preciso frisar aqui que nada do que for oferecido nestes cadernos terá o caráter imperativo de instruções normativas, a serem aplicadas à força pelos professores.
 Ao contrário, o que se sugere é que cada docente siga seu próprio caminho, aplicando, a seu modo, as sugestões que são oferecidas. Mas, uma coisa deve ser dita desde já: seja qual for o procedimento adotado, os resultados dependerão, sempre, da prática constante da leitura. E se a resposta for a conhecida frase “Os alunos não lêem”, nada impede que a questão da falta do hábito de leitura seja colocada aos professores (seria interessante ressaltar também a importância do hábito de leitura para reflexão e crítica para alunos, professores e famílias). É sempre proveitoso ao professor fazer um exercício de memória sobre sua formação e a freqüência e importância que nela tiveram – e têm – a leitura, pois é deste hábito que vem o principal recurso para transformar em aprendizado qualquer proposta curricular.Com base nessas questões, sumariamente apresentadas, foi elaborada a presente proposta para o ensino de História, a partir da consideração inicial de que a disciplina deve funcionar como instrumento capaz de levar o aluno a perceber-se como parte de um amplo meio social. Assim, mesmo partindo das relações mais imediatas, como a família, por meio do estudo da Historia, o aluno poderá compreender as determinações sociais, temporais e espaciais presentes na sociedade. Por isso, recomenda-se que o desenvolvimento de capacidades de leitura, reflexão e escrita – objetivo central da proposta – parta de situações cotidianas, para avaliar as influências 
históricas (portanto, sociais e culturais) que condicionam as formas de convivência social. 
A História funcionaria, assim, como uma espécie de espelho do tempo, mostrando imagens que, embora intangíveis, vão sendo desenhadas pela curiosidade de cada observador à busca de conhecimento.



Proposta Curricular da disciplina de História
 Ensino Fundamental e Ensino Médio

Conceitos principais
Tempo e Sociedade
História e Memória
História e Trabalho
Cultura e Sociedade

6ºano do Ensino Fundamental

1º Bimestre 2º Bimestre

Sistemas sociais e culturais de notação 
do Tempo ao longo da História
As diferentes linguagens das fontes 
históricas: documentos escritos, 
mapas, imagens, entrevistas
Mito, memória e história
A vida na Pré-História e a escrita
Civilizações do Oriente Próximo:o 
surgimento do Estdo e as civilizações 
egípcia, mesopotâmica, hebraica, 
fenícia e persa
A vida na China antiga e na África 
antiga

3º Bimestre 4º Bimestre

A vida na Grécia antiga: sociedade, 
vida cotidiana, mitos, religião, cidades-estado, pólis, democracia e cidadania
A vida na Roma Antiga: vida urbana 
e sociedade, cotidiano, república, 
escravismo, militarismo e direito
A Europa na Idade Média: as 
migrações bárbaras e o cristianismo
A civilização do Islã (sociedade e 
cultura): a expansão islâmica e sua 
presença na península Ibérica
Império Bizantino e o Oriente no 
imaginário medieval 

Proposta Curricular do Estado de São Paulo História

Proposta Curricular de História

7º ano  do Ensino Fundamental

1º Bimestre 2º Bimestre

O feudalismo: relações sociais, 
econômicas, políticas e religiosas
As cruzadas e os contatos entre as 
sociedades europeias e orientais
Renascimento comercial e urbano
Renascimento cultural e científico
Formação das monarquias nacionais 
(Portugal, Espanha, Inglaterra e 
França)
Absolutismo 
Reforma e Contra-Reforma
A expansão marítima européia nos 
séculos XV e XVI

3º Bimestre 4º Bimestre

As sociedades maia, asteca e inca
Conquista espanhola na América
Sociedades indígenas no território 
brasileiro
O encontro dos portugueses com os 
povos indígenas
Sociedades africanas no século XV
A sociedade no Brasil Colonial: o 
engenho e a cidade
Tráfico negreiro e escravismo africano 
no Brasil
Ocupação holandesa no Brasil
Mineração e vida urbana 
Crise do sistema colonial
Proposta Curricular de História

8º ano do Ensino Fundamental

1º Bimestre 2º Bimestre

Iluminismo 
A colonização inglesa e a 
independência dos Estados Unidos
A colonização espanhola e a 
independência da América Espanhola
Revolução Industrial inglesa do 
século XVIII
A Revolução Francesa e a expansão 
napoleônica
A Família Real no Brasil
Independência do Brasil
I Reinado no Brasil

3º Bimestre 4º Bimestre

Período Regencial no Brasil
Movimentos sociais e políticos na 
Europa, no século XIX: as idéias 
socialistas, comunistas e anarquistas 
nas associações de trabalhadores; o 
liberalismo e o nacionalismo
Os EUA no século XIX
II Reinado no Brasil: política interna
Economia cafeeira
Escravidão e abolicionismo; formas 
de resistência (os quilombos), o fim 
do tráfico e da escravidão
Industrialização, urbanização 
e imigração: as transformações 
econômicas, políticas e 
sociais no Brasil
Proclamação da República

8ª Série do Ensino Fundamental

1º Bimestre 2º Bimestre

Imperialismo e o neoclassicismo no 
século XIX 
I Guerra Mundial
Revolução Russa e o stalinismo
A República no Brasil: as contradições 
da modernização e o processo de 
exclusão política, econômica e social das 
classes populares até a década de 20
Nazifacismo
Crise de 1929
II Guerra Mundial
O período Vargas

3º Bimestre 4º Bimestre

Os nacionalismos na África e na Ásia, 
e as lutas pela independência
Guerra Fria: contextualização e 
conseqüências para a América Latina 
e o Brasil
Populismo e ditadura militar no Brasil 
e na América Latina
Redemocratização no Brasil
Os EUA após a II Guerra Mundial: 
movimentos sociais e culturais nas 
décadas de 50, 60 e 70
Fim da Guerra Fria e Nova Ordem 
Mundial
Proposta Curricular de História

1ª Série do Ensino Médio

1º Bimestre 2º Bimestre

Pré-História
Civilizações do Crescente Fértil: o 
surgimento do Estado e da escrita
Civilização Grega: a constituição da 
cidadania clássica e as relações sociais 
marcadas pela escravidão 
O Império de Alexandre e a fusão 
cultural do Oriente e Ocidente
A Civilização Romana e as 
migrações bárbaras
Império Bizantino e o mundo árabe
Os Francos e o Império de Carlos Magno
Sociedade Feudal: características 
sociais, econômicas, políticas 
e culturais

3º Bimestre 4º Bimestre

Sociedade feudal: características 
sociais, econômicas, políticas 
e culturais
Renascimento comercial e urbano e 
formação das monarquias nacionais 
A vida na América antes da conquista 
européia. As sociedades maia, inca e 
asteca
Sociedades africanas da região 
subsaariana até o século XV 
Expansão européia nos séculos XV 
e XVI: características econômicas, 
políticas, culturais e religiosas. A 
formação do mercado mundial
O encontro entre os europeus e as 
diferentes civilizações da Ásia, África 
e América
Proposta Curricular de História
Ensino Médio – Ciclo II
Conceitos principais
História e Diversidade
História e Trabalho
Cultura e Sociedade

2ª Série do Ensino Médio

1º Bimestre 2º Bimestre

Renascimento e Reforma Religiosa: 
características culturais e religiosas da 
Europa no início da Idade Moderna
Formação e características do Estado 
Absolutista na Europa Ocidental
A Europa e o Novo Mundo: relações 
econômicas, sociais e culturais do 
sistema colonial
Iluminismo e Liberalismo: revoluções 
inglesas (século XVII) e francesas 
(século XVIII) e independência dos 
Estados Unidos 

3º Bimestre 4º Bimestre

Império Napoleônico
Independências na América Latina
A Revolução industrial inglesa (séculos 
XVIII e XIX)
Processos políticos e sociais no século 
XIX na Europa
Formação das sociedades nacionais 
e organização política e social na 
América nos EUA no século XIX: 
Estados Unidos e Brasil (expansão para 
o oeste norte-americano, Guerra Civil 
e o desenvolvimento capitalista dos 
EUA / Segundo Reinado no Brasil)
A República no Brasil – as contradições 
da modernização e o processo de 
exclusão, política, econômica e social 
das classes populares

3ª Série do Ensino Médio

1º Bimestre 2º Bimestre

Imperialismo: a crítica de suas 
justificativas (cientificismo, 
evolucionismo e racialismo) 
Conflitos entre os países imperialistas 
e a I Guerra Mundial
A Revolução Russa e o stalinismo
Totalitarismo: os regimes nazifascistas
A crise econômica de 1929 e seus 
efeitos mundiais
A Guerra Civil Espanhola
II Guerra Mundial
A Era Vargas

3º Bimestre 4º Bimestre

O mundo pós-Segunda Guerra e a 
Guerra Fria
Movimentos sociais e políticos na 
América Latina e Brasil nas décadas de 
1950 e 1960
A Guerra Fria e os golpes militares no 
Brasil e América Latina
As manifestações culturais de 
resistência aos governos autoritários 
nas décadas de 1960 e 1970
O papel da sociedade civil e dos 
movimentos sociais na luta pela 
redemocratização brasileira. O 
movimento pelas “Diretas Já”
A emergência dos movimentos 
de defesa dos direitos civis no 
Brasil contemporâneo, diferentes 
contribuições: gênero, etnia e religiões
O fim da Guerra Fria e a Nova Ordem 
Mundial

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