segunda-feira, 26 de maio de 2014





A palavra caingangue, do original “kaingang” quer dizer o seguinte: KAN = ser, IN = viril, ANG = superior às demais tribos. Eram conhecidos como os “bugres coroados”, denominação esta dada pelos brancos devido ao corte arredondado de cabelo que usavam.Eram conhecidos também por camés, secrés, goianas ou guaianãs, porém, estas denominações lhes foram dadas por outras tribos. 




A denominação guaianãs gerava confusões, visto que tribos que não pertenciam ao tronco linguístico jê, à qual os caingangues pertenciam, também eram chamadas assim.A violência era algo natural à vida dos caingangues, desde que fosse aplicada com determinação, coragem, demonstrando assim o verdadeiro significado de seu nome: um ser viril, superior às demais tribos. Quando crianças, os caingangues brincavam e treinavam com arco e flechatacape ou clava, em jogos de guerra e, quando adultos se divertiam numa troca de violentas chicotadas, dadas com talos de palmeiras uns nos outros, atingindo qualquer parte do corpo.O tacape era usado quando havia disputa entre pessoas da mesma tribo ou entre tribos rivais. A clava paulista era de cabeça abaulada e seu cumprimento era de aproximadamente 1,50m a 1,80m. O guerreiro devia dispor de muita força para usá-la, além de ter sido treinado desde a infância. Caso um lutador desistisse da luta sem nenhum ferimento, este era severamente castigado pelos amigos e zombado pelas mulheres. Comumente os índios saíam com as cabeças trincadas nas lutas. Quando isso ocorria, o couro cabeludo era costurado com o próprio cabelo, favorecendo assim uma cicatrização rápida, porém, deixando com isso marcas aparentes, as quais eram consideradas marcas de coragem. Tinham arcos de guerra e de caça, os “uy” de 2,10m a 2,40m. O centro da empunhadura era tão grosso que a mão mal podia abarcá-la. As flechas “don” não deviam exceder a altura de quem a fabricava e a usava. 
FUNERAL Quando acontecia a morte de algum integrante da tribo, os caingangues construíam um “vaicuêie”, ou seja, um local de sepultamento. O vaicuêie era uma cova de sete palmos de comprimento por três de largura e quatro de profundidade. Essa cova era forrada compalmas, folhas de rvores, musgos e cascas de árvores. Antes de depositarem o corpo do defunto na cova, colocavam como travesseiro o “curu”, uma espécie de tanga. Eram colocados também na cova os adereços de penas e as armas que lhe pertenciam. Como ritual, ao pé do túmulo acendiam fogo para que o morto o usasse no seu mundo de caças eternas. Todo esse ritual devia ser feito em silêncio.As viúvas dos mortos mantinham-se isoladas dos demais índios e índias  da tribo por oito dias, fechadas dentro das cabanas.Durante este período de isolamento, os preparativos para o “vaicuêie” eram feitos pelas demais índias. Estas mastigavam o milho e colocavam a massa triturada em vasos de cerâmica recobertos por leve camada de argila, sendo esta massa levada ao fogo fazendo com que a fermentação a transformasse em bebida alcoólica.Os índios crescentavam mel a uma porção dessa bebida, surgindo assim o “quiqui”. A outra porção, pura, era o “goiofa” ou “água azeda”. Passados oito dias da morte do índio, faziam a cerimônia, onde se pintavam com tinta negra. O “saquerê”, uma espécie de buzina com som grave, dava início ao ritual. Todos os integrantes da aldeia iam à oca do índio morto e se sentavam ao redor de uma fogueira. Após um período de silêncio, o cacique levantava-se e cantava tristes cantigas de elogio ao morto e contava suas qualidades e feitos. Quando a oração terminava, o cacique dava dois passos em direção à fogueira servindo de sinal para que todas as mulheres, inclusive a viúva, lançassem gritos e lamentações no mais alto tom e estridência. Nesse momento, os homens serviam-se do banquete preparado e disposto sobre folhas de bananeiras ou palmas de coqueiros, e se serviam de grande quantidade das duas bebidas já preparadas. A intenção era se embriagar o mais rápido possível.O fim das refeições coincidia com o término das lamentações estridentes, porém, a ingestão de “quiqui” continuava. Todos os homens, de comum acordo, mudos e de cabeça baixa, levantavam-se. Iniciavam-se assim as danças, após uma batida de tambor, as quais começavam lentas, mas à medida em que outros instrumentos musicais eram adicionados ao ritual, junto com o ruído cadenciado dos passos batidos no chão, a dança ia se animando mais e mais, até de madrugada, quando iam parando, um a um, até o último, pela exaustão física, pela falta de agilidade e excesso de embriaguez. O culto aos mortos era repetido em outras ocasiões, como na festa do milho verde, quando várias tribos caingangues visitavam o “vacuêie” onde rezavam e dançavam.Os caingangues acreditavam estar em contínua comunicação com os espíritos animais, possuindo uma forte relação com os mesmos. Para eles, havia uma relação entre o mundo natural (humano) e sobrenatural por meio do relacionamento direto entre homens e animais.
PRIMEIRO CONTADO DOS HOMENS BRANCOS COM OS CAINGANGUES
Catecismo

No ano de 1.900, homens brancos tentaram o primeiro contato com os caingangues da Noroeste Paulista a fim de catequizá-los. Tal iniciativa partiu do monsenhor Claro, mais conhecido como “Padre Monsenhor”, o qual veio para a região em uma comitiva de quatro brancos mais um casal de índios tupis catequizados.







Após vários dias de viagem, chegaram às margens do rio Feio, fazendo ali um acampamento. O Padre Monsenhor, a fim de ganhar a confiança dos índios caingangues, espalhou pela mata vários objetos como presentes aos mesmos. A tentativa foi frustrada, pois, depois de alguns dias, o padre voltou para verificar se haviam aceitado os presentes, porém, encontrou os objetos intactos. Haviam sinais da passagem dos índios pelo local, concluindo assim que não queriam fazer amizades. Diante disso, o monsenhor Claro resolveu aguardar mais alguns dias, retornando em seguida para a mata, e tal foi a sua frustração, surpresa e espanto, pois encontrou os presentes quebrados e flechas e bordunas espetadas no chão. Assustado com a cena, o padre voltou ao acampamento, fugindo em seguida pelo rio Feio, juntamente com sua comitiva. A tentativa de fuga foi impedida pelos troncos de árvores deixados no rio pelos índios, não sendo possível a passagem. Seguiu-se assim uma “chuva” de flechas que atingiu vários integrantes da comitiva, sendo vítimas fatais o monsenhor e o índio manso Honório. Os demais escaparam.

Acervo do Museu Marechal Cândido Rondon


 Em 1902, outros capuchinhos tentaram novamente a catequização, instalando assim um posto de atração, o qual contou com a proteção do coronel Sanches Figueiredo, um fazendeiro de Campos novos, cuja fama de predador de índios podia servir de ajuda, mas nunca de atrativo para contato com os já arredios caingangues. O posto de atração foi instalado na Serra do Mirante, local que antes era muito frequentado pelos índios. Foram obrigados a fechar o posto, pois após cinco anos de tentativa, acumularam absoluto fracasso.








 O governo paulista já tinha feito uma expedição para conhecer o Vale do Paranapanema, assim que criou a Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, em 1880, chefiada pelo engenheiro Theodoro Sampaio. Essa região já era de muito tempo habitada pelos caingangues e oti-xavantes, e mais recentemente por guaranis e caiuás. Dessas quatro, sobreviveram apenas os caingangues até 1905, quando se iniciou as obras da ferrovia Noroeste do Brasil, que passaria por suas terras.
fonte; http://visitearacatuba.wordpress.com/2013/09/01/moradores-nativos-de-aracatuba-indios-caingangues/







Após simulação de catalogação em sala de aula, os alunos do 6º ano A, após piquenique sob a sombra da figueira do Museu Didático e Pedagógico Marechal Cândido Rondon, visitaram as exposições com foco para os artefatos do índios Caingangues que foram dizimados na região pelos desbravadores. Escolheram um artefato, catalogaram (anotações no caderno), fotografaram e o próximo passo será montar mural informativo na UE José A José Augusto Lopes Borges.





Justificativa; A escola é uma instituição social que deve promover situações de aprendizagens que permanecem por toda a vida. Tem-se muito a visão de que o mais importante é trabalhar conteúdos escolares, esquecendo-se da formação humana, dos valores morais que um sujeito deve ter, das questões de cidadania. Com base nesses princípios faz-se oportuno a visitação ao museu histórico da cidade e entrar em contato com a cultura pré-histórica local.

Publico alvo; 6º ano A



Objetivo da aula; após estudos e pesquisas em sala de aula, realização de atividades, leitura de interpretação de textos e imagens dos líticos, cerâmicas e sambaquis e a construção de mural usando colorantes naturais, retratando a pré-história do Brasil através de pinturas rupestre localizadas no Parque Nacional da Serra da Capivara os alunos ao visitar o museu histórico da cidade entrarão em contato com artefatos produzidos pelos Caingangues que habitavam a região antes das conquistas das suas terras pelos colonizadores através da estrada de ferro.

Habilidades a ser desenvolvidas – Leitura e interpretação de textos e imagens.

  1.   O aluno deverá escolher um artefato e fotografa-lo.
  2.   Observar a descrição em uma etiqueta ao lado do artefato e anotar no caderno.
  3.   Observar datas e tipo de material usado no fabrico do artefato e anotar
  4.   Procurar pesquisar a utilidade do objeto.
  5.  Se houver duvidas sabatinar a monitora ou a professora.


Atividades a serem desenvolvidas na escola em um segundo momento
  1.   Imprimir a foto
  2.   Montar um cartaz
  3.  Usar as informações anotadas no caderno (catalogar)
  4.   Socializar
  5.   Montar mural informativo



Avaliação- efetivada durante o desenvolvimento das atividades no museu e na escola em um segundo momento.



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